A oncodermatologia contempla não só o diagnóstico e tratamento do câncer de pele, mas também o cuidado dermatológico de todo paciente oncológico.

As terapias oncológicas, como quimioterapia, terapia-alvo, imunoterapia e radioterapia, podem impactar a pele, unhas e cabelos de diversas maneiras. Uma abordagem colaborativa entre o oncologista e o dermatologista é crucial para aprimorar a qualidade de vida do paciente durante o tratamento oncológico. O acompanhamento conjunto reduz interrupções ou ajustes desnecessários na dose do tratamento e contribui para amenizar o impacto negativo que algumas medicações exercem sobre pele, unhas e cabelos.

Além disso, felizmente, vemos cada vez mais pacientes que sobrevivem ao câncer, mas que enfrentam sequelas pós tratamento. Condições, como cicatrizes, estrias, alopecia persistente, alterações pigmentares, modificações nas unhas, dermatite crônica por radiação e fibrose por radiação, têm sido associadas a ansiedade, depressão, diminuição da qualidade de vida. Alterações dermatológicas não apenas afetam a estética de forma desfavorável, mas também podem limitar a realização de atividades diárias e servir como um lembrete visual de uma doença passada. Intervenções destinadas a melhorar essas sequelas indesejadas e restaurar a aparência e função da pele e anexos são importantes para a normalização e podem contribuir para uma melhor qualidade de vida em sobreviventes de câncer.

Exemplos de como a terapia oncológica pode impactar na pele e anexos:

• Rash, coceira, alterações pigmentares em pacientes com câncer;

• Perda de cabelos ou afinamento capilar em pacientes em/pós tratamento oncológico;

• Alterações ungueais durante ou após o tratamento;

• Oncodermatologia pós tratamento oncológico.

O Mapeamento Corporal Total é um exame de imagem cujo principal objetivo é o diagnóstico precoce do câncer de pele. É realizado em duas etapas:  na primeira, realiza- se a a documentação fotográfica padronizada da pele; na segunda, realiza- se a Dermatoscopia digital dos nevos melanocíticos (pintas) e outras lesões selecionadas no exame clínico do paciente.

Este exame permite a avaliação morfológica das lesões e é possível selecionar lesões possivelmente suspeitas e que devem ser submetidas a biópsia. Além disso, é uma ferramenta importante para pacientes com risco elevado para câncer de pele, pois a comparação das imagens, tanto clínicas como de dermatoscopia, auxilia no diagnóstico prococe de tumores de pele.

 

As principais indicações para o Mapeamento Corporal Total são:

 

• Presença de múltiplos nevos (pintas) ou nevos atípicos.

• Histórico pessoal ou familiar de melanoma.

• Imunossupressão.

• Histórico de outros cânceres de pele não melanoma.

• Histórico de exposição solar intensa e intermitente, com múltiplos sinais e/ou cânceres de pele não melanoma.

A dermatoscopia é o exame da pele utilizando a microscopia da superfície cutânea. Além possuir uma lente de aumento, os dermatoscópios possuem uma fonte de luz polarizada e não- polarizada, que permite a vizualização de estruturas não visíveis a olho nu. A dermatoscopia é principalmente utilizada para avaliar lesões cutâneas pigmentadas. Nas mãos de profissionais experientes, pode facilitar o diagnóstico de melanoma e outros tumores de pele em estágios iniciais.

 

O dermatoscópio pode ser portátil ou ligado a uma estação de computador para arquivamento das imagens. Softwares podem ser usados para arquivar imagens de dermatoscopia e auxiliar o diagnóstico de tumores de pele, através da comparação de imagens adquiridas ao longo do tempo de seguimento do paciente.